Concepções e práticas nas políticas educacionais
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O ciclo econômico iniciado com as políticas neoliberais nos anos 1970, cujos efeitos preocupantes já se mostravam no chamado derretimento dos mercados de 2008, e se intensificaram com o cenário de pandemia a partir de 2020, parece ter transformado profundamente as prioridades das políticas educacionais por todo o globo e, em especial, as dos países ditos periféricos. As agências multilaterais tomaram para si a voz e a prerrogativa no direcionamento de tais políticas, dentro da lógica geopolítica da internacionalização dos mercados. Como consequência, o ensino superior e a formação técnica e tecnológica se viram impelidos a aderirem a concepções e práticas alinhadas ao movimento de internacionalização da educação, pautados fortemente em competências atitudinais adaptativas e no aprendizado ao longo da vida para formação de capital humano disponível, tornando o mundo escolar uma espécie de prestador de serviços nesse contexto. Todavia, em países em que nem mesmo as políticas básicas de bem-estar social tiveram oportunidade de serem estabelecidas, parece haver um hiato substancial entre as diretrizes propostas e sua efetividade em promover uma articulação salutar entre educação, trabalho e avanço social. Para entender esse hiato tornam-se fundamentais pesquisas que não analisem as concepções separadas das práticas nas políticas educacionais, em um processo crítico constante de reavaliação dessa conexão, algo que as reflexões contidas nos textos da presente obra buscam fazer em boa hora e a contento.
Emerson Freire